Valparaíso


Uma cidade portuária com casas coloridas e rodeada por 45 cerros (morros). Valparaíso é, também, patrimônio cultural da humanidade. Seus elevadores centenários, que facilitam a subida em alguns desses morros, suas construções antigas e o espírito alegre e boêmio de seu povo encantam qualquer turista. Suas ruas, estreitas e cheias de beleza, são um convite para andar sem preocupação, sempre com uma câmera em punho para registrar o colorido da cidade. Sem contrastar com edifícios modernos --praticamente inexistentes--, as construções em estilo neoclássico e art noveau conferem a Valparaíso uma aparência de cidade do século 19. Algumas dessas construções estão em péssimo estado de conservação --o Mercado Puerto é um exemplo--, mas nem por isso perdem seu charme. O turista tem a impressão de estar em outra época.
Os "ascensores" --espécie de elevadores que levam os transeuntes para os muitos cerros-- conferem este clima de cidade de época, sem dúvida uma característica particular do local. A cidade conta com monumentos dedicados aos heróis da guerra do Pacífico, entre Chile e Peru, que tinha a Bolívia como aliada, no século 19. A Plaza Sotomayor reúne, além do belíssimo prédio da Armada de Chile, o Monumento a los Héroes de Iquique (batalha final da guerra). Há ainda o Museo Naval y Marítimo no Cerro Artillería, que demonstra que o tom ufanista ainda persiste quando se trata de relembrar assuntos relacionados à fronteira com seus vizinhos. É também sede do Congresso Nacional do país desde 1980.
A cidade também apresenta novidades na parte da orla marítima, com pontos revitalizados. Trata-se do Paseo Wheel Wright --uma espécie de calçadão com ciclovia e pequenos diques funcionando como mirantes para transeuntes-- e o Muelle Barón, espaço novo de lazer e descanso em Valparaíso, com direito a mais um mirante da cidade, só que na parte plana. Ali perto há ainda o Mercado Cardonal, belo por fora e por dentro. O local abastece a cidade de frutas, verduras, carnes, pescados e outras iguarias locais. É também ponto de gastronomia por servir pratos de mariscos, culinária bastante comum por lá.
A pouco menos de 100 km de Valparaíso, há ainda a praia de Isla Negra, onde fica uma das famosas casas do poeta chileno e prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda (1904-1973). Além de estar fora da cidade, a casa talvez seja a que mais simboliza o imaginário do escritor por conta da quantidade de objetos dele depositados ali. Se você tiver tempo e for verão, vá à praia em frente à casa após a visita. Sinta um pouco da água gelada do pacífico e o barulho das ondas do mar soar nas rochas negras que ficam na beira.
Valparaíso reúne muitos universitários, o que explica um pouco o seu clima boêmio e a sua efervescência cultural. Discotecas e bares se espalham pela parte mais antiga da cidade, principalmente nas calles Blanco, Errázuriz e na subida Ecuador. O Museo al Cielo Abierto e La Sebastiana --casa de Neruda em um dos pontos mais privilegiados da cidade-- talvez sejam os locais que traduzem de forma mais poética Valparaíso, que parece ter um ar de cidade latina à beira do mediterrâneo. Sim, o clima lá é mediterrânico: a oscilação de temperatura na cidade durante o ano é alta. No verão, oscila entre 12°C e 30°C; no inverno, de 5°C a 15°C. No entanto, os ventos em Valparaíso são fortes e frios. Leve agasalho em qualquer parte do ano.
Passear por suas ruelas, observar seus grafites nos muros e paredes antigas e reparar no ritmo caótico de suas casas e de seu trânsito talvez sejam as melhores formas de traduzir a poesia desta cidade portuária.
Viña del Mar



Principal destino de veranistas no litoral do Chile e conhecida como "La Ciudad Jardín", Viña del Mar é o típico exemplo de um município que vive do turismo. O visitante vai encontrar toda uma infra-estrutura de hotelaria e gastronomia e uma cidade planejada, com um patrimônio arquitetônico e histórico bem cuidado ao lado de edifícios modernos de sua orla. Com cerca de 330 mil habitantes e a 119 km de Santiago, Viña possui diversos atrativos, tanto para os chilenos como para os visitantes estrangeiros. A começar pelas áreas de praia (são 3,5km, além das que ficam fora da cidade), motivo de grande movimentação durante o verão.
Por conta da vocação turística da cidade, diversos atrativos foram criados para atrair os visitantes, com destaque para o Festival de La Canción, que acontece em fevereiro, e o Festival de Cine de Viña del Mar, em outubro.
Apesar das águas geladas do Pacífico, o clima de balneário está presente na cidade durante todo o ano. A temperatura varia em média de 10ºC a 22ºC no verão, mas não será difícil encontrar dias ensolarados, com a temperatura chegando aos 30ºC. Nessa época, a cidade fica lotada de turistas, por isso é sempre bom fazer reservas antecipadas. No entanto, o inverno é bem rigoroso, com temperaturas que oscilam de 2º a 8ºC.
A praia mais conhecida da cidade é Reñaca. Sua principal característica são seus edifícios em forma de degrau, dando um charme exclusivo à sua orla. O local tem uma grande diversidade hoteleira (inclusive aluguel de apartamentos para temporadas) e gastronômica.
Há ainda as praias Salinas, Acapulco e Del Sol. Reserve alguns momentos para dar uma volta pela estruturada orla. Certamente o viajante vai encontrar surpresas, como o Muelle Vergara, antigo píer onde descarregavam mercadorias no passado, ou as feiras de artesanato. No entanto, as praias para veraneio não terminam com o fim do município. Todo o litoral norte de Viña possui cidades praieiras com infra-estrutura para turismo, cada uma com suas particularidades.
Viña foi fundada em 1878 pelo engenheiro e político José Francisco Vergara, proprietário das duas fazendas existentes ali e que fazem parte da história da cidade. A primeira delas, Viña del Mar, ficava ao norte do estuário que hoje divide o balneário: o Marga Marga. Ao sul do rio, localizava-se Las Siete Hermanas, que compreendia terras até o Cerro Barón, em Valparaíso. O terremoto de 1906 deixou a portuária Valparaíso no chão e, com isso, diversas famílias se mudaram para o balneário, distante apenas 9km.
O crescimento da cidade de forma planejada é algo notório. Ao sul do rio Marga Marga, encontra-se o centro da cidade com arquitetura e espaços urbanos mais antigos -como a região dos castelos, a igreja principal e a Plaza José FranciscoVergara, ponto central. Ao seu lado, fica o Teatro Municipal e, a algumas quadras, o parque Quinta Vergara.
A parte mais moderna da cidade, formada por uma zona mais residencial, fica ao norte do estuário e suas ruas e quadras são planejadas de acordo com a avenida-artéria Libertad, que corta de norte a sul a região: as ruas paralelas à avenida Libertad a oeste (ou seja, em direção ao mar) são chamadas de Poniente 1, 2, 3 etc. As que ficam a leste da avenida, são chamadas de Oriente 1, 2, 3, etc. E as que cruzam a avenida são chamadas de Norte 1, 2, 3...
Logo na entrada de Viña del Mar, percebe-se sua vocação para plantas e jardins floridos: trata-se do Reloj de Flores, ponto de confluência de turistas, sempre com câmeras em punho. Sem dúvida, é um dos grandes símbolos da cidade. Essa característica marcante rendeu a Viña o apelido de "Ciudad Jardín". O costume pode ser observado no Jardim Botânico de Viña del Mar, nos passeios pela orla ou nos arredores da cidade.
O Parque Nacional La Campana, a 40 km do balneário, foi visitado pelo cientista Charles Darwin e, na ocasião, ele definiu o morro La Campana como uma de suas melhores experiências na América do Sul, devido à diversidade da flora e da fauna do lugar. Hoje o local tem infra-estrutura para receber visitantes, inclusive com possibilidade de acampar. A melhor época para conhecê-lo é durante a primavera (no inverno, o frio incomoda e, nos verões mais secos, há perigo de incêndio).
Ainda, em Viña existe o Museo de Arquitetura Francisco Fonck cuja maior atração está do lado de fora recebendo os visitantes: um Moai original
Na próxima postagem algumas comparações de preço Brasil-Chile entre coisas que compramos no dia-a-dia!
Abraços